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Senegalês troca a África pelo Brasil e diz: ‘Sidrolândia é a melhor cidade do Mundo’

O Noticidade conversou nesta semana com o senegalês Aba Keita, de 36 anos de idade, que há cerca de um ano, trocou a África pelo Brasil e por consequência do destino, não ficou em São Paulo-SP como pretendia e acabou vindo parar em Sidrolândia.

Aba diz que não conhecia o estado e que veio a Sidrolândia por intermédio de um amigo que fez em São Paulo, no tempo que esteve se aventurando por lá, sua saída da África e a migração para o Brasil não foi por escolha, como ele mesmo diz, mas por necessidade.

No Senegal, oficialmente República do Senegal, Aba cresceu em Sédhiou, uma das catorze regiões administrativas em que se divide o Senegal.

“Meus pais faleceram há alguns anos após contraírem uma forte doença que matou muita gente na região onde eu morava, ficaram na minha casa eu, dois irmãos e quatro irmãs, além disso, eu tenho um filho de 8 anos de idade, por isso vi a necessidade de sair da Africa”, relata Aba.

Ao sair do Senegal, o primeiro pais que Aba se aventurou foi à República do Cabo Verde, quando seus pais ainda eram vivos, lá ele viveu por 7 anos, porém com o falecimento dos pais, não conseguia ganhar dinheiro o suficiente para ajudar todos que dependiam dele e decidiu vir para o Brasil.

No país do carnaval, Aba passou alguns dias em Recife, antes de chegar ao seu destino pretendido, que era São Paulo-SP, mas lá a realidade encontrada não foi a esperada, era difícil encontrar alguém que quisesse o ajudar, não conseguiu arrumar emprego e já estava quase se arrependendo de tentar a sorte aqui, quando conheceu um outro africano em busca de uma vida melhor.

“O novo amigo foi a primeira pessoa a me ajudar, conseguia me comunicar com facilidade com ele por sermos do mesmo país e ele me falou que estava vindo para Sidrolândia, uma cidade onde havia muito emprego, pessoas boas e onde eu conseguiria achar o que procurava no Brasil, foi minha última esperança”, desabafa Aba Keita.

Faz aproximadamente um ano que Aba chegou a Sidrolândia, logo nos primeiros dias no município, não teve problema para conseguir alugar uma casa e foi contratado por uma empresa de construção de Silos, onde consegue tirar até R$ 1.600 por mês, uma pequena parte do salário ele separa para pagar o aluguel de R$ 250,00 e fazer sua compra, o restante vai pra família na África.

“Hoje ainda não tenho condições de trazer todos para morarem comigo, mas é o meu objetivo, não quero voltar a morar lá, não quero outra cidade do Brasil, quero morar em Sidrolândia, a melhor cidade do mundo”. Finalizou Aba Keita.

Dados da Polícia Federal (PF) apontam que entre 2000 e 2012 (último levantamento) o número de residentes e refugiados africanos no país sul-americano cresceu mais de 30 vezes, mas os números podem ser ainda maiores, se forem levados em conta os imigrantes ilegais, sobre os quais não se têm registros oficiais.

O relatório da PF diz que, em 2000, viviam no Brasil 1.054 africanos regularizados de 38 nacionalidades, mas o número saltou em 12 anos para 31.866 cidadãos legalizados provenientes de 48 das 54 nações do continente.

Rallph Barbosa – Noticidade